terça-feira, 31 de maio de 2011

Solução de vida

Para quem não viu nos comentários do post anterior, esta é a dica de som que a Aline mandou:




Solução de Vida (Molejo Dialético) - Paulinho da Viola


Composição: Paulinho da Viola e Ferreira Gullar



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Aproveito para lembrar que nosso próximo encontro será nesta próxima sexta, dia 03/06, ocasião em que trabalharemos os capítulos 4 e 5. Caso alguém queira assumir o momento criativo, favor manifestar-se até quinta feira.






terça-feira, 17 de maio de 2011

Para a continuação dos debates


Os seguintes trechos retirados do livro (p. 78) particularmente nos chamou muito a atenção, por isso destaco-os:



"A internação é uma criação institucional própria ao século XVII. Ela assumiu, desde o início, uma amplitude que não lhe permite uma comparação com a prisão tal como esta era praticada na Idade Média. Como medida econômica e precaução social, ela tem valor de invenção. Mas na história do desatino, ela designa um evento decisivo: o momento em que a loucura é percebida no horizonte social da pobreza, da incapacidade para o trabalho, da impossibilidade de integrar-se no grupo; o momento em que começa a inserir-se no texto dos problemas da cidade. As novas significações atribuídas à pobreza, a importância dada à obrigação do trabalho e todos os valores éticos a ele ligados determinam a experiência que se faz da loucura e modificam-lhe o sentido.

Nasceu uma sensibilidade, que traçou uma linha, determinou um limiar, e que procede a uma escolha, a fim de banir. O espaço concreto da sociedade clássica reserva uma região de neutralidade, uma página em branco onde a vida real da cidade se vê em suspenso: nela, a ordem não mais enfrenta livremente a desordem, a razão não mais tenta abrir por si só seu caminho por entre tudo aquilo que pode evitá-la ou que tenta recusá-la. Ela impera em estado puro num triunfo que lhe é antecipadamente preparado sobre um desatino desenfreado. Com isso a loucura é arrancada a essa liberdade imaginária que a fazia florescer ainda nos céus da Renascença. Não há muito tempo, ela se debatia em plena luz do dia: é o Rei Lear, era Dom Quixote. Mas em menos de meio século ela se viu reclusa e, na fortaleza do internamento, ligada à Razão, às regras da moral e a suas noites monótonas."


Ressaltei em negrito algumas palavras e frases que, no meu sentir, expressam de maneira elaborada a ideia que foi trabalhada nos argumentos alinhavados por Foucault no capítulo "A Grande Internação". Tentei sustentar no nosso último encontro este aspecto de invenção que ele atribuiu ao internamento no séc. XVII, criação esta que serviu como medida econômica e precaução social, diferindo do entendimento acerca da prisão da Idade Média. Esse ponto dialoga intimamente com o que em seguida foi destacado por Foucault no que diz respeito ao momento anterior, na história do desatino, quando a loucura passou a ser percebida no horizonte social da pobreza, da incapacidade para o trabalho e da impossibilidade de integração no grupo. Daí é que se torna possível visualizar a articulação feita pelo mesmo, no que se relaciona às novas atribuições dadas à pobreza e ao trabalho no séc XVII, com o intuito de aproximar tais "novidades" com a experiência da loucura e a modificação de seu sentido no mesmo período histórico.


Depois seguirei minha reflexão acerca destas importantíssimas questões nos comentários.


Aguardo manifestações.

domingo, 15 de maio de 2011

Momento criativo

Caros, aguardaremos até o final da próxima semana a manifestação de interesse para a elaboração do momento criativo do dia 27/05.

Parabéns ao Otávio pelo vídeo apresentado no dia 13/05.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nostalghia






Não há um erro de grafia no título deste post - assim é intitulado originalmente o brilhante filme de Andrei Tarkovski, de 1986. No Brasil, o título foi traduzido para Nostalgia e infelizmente não é fácil de encontrá-lo em dvd nas locadoras. Tarkovski nasceu na Rússia e lá iniciou sua carreira no cinema ao ingressar no Instituto Central de Cinema da URSS, em 1956. É um cineasta conhecido por ter realizado filmes intimistas, com planos longos que detalham de forma impressionante e incomparável cenas e personagens minuciosamente construídos através de uma escrita de roteiro impregnado pela literatura.

Para além de qualquer forma pré concebida de fazer cinema, em nome de um modo de produção de sucesso (lucro) e que, justo por isso, contemple o excesso - seja através de movimentos velozes, técnicas digitais ante e sobrepostas às cenas filmadas, produções impecáveis de figurino e cenário, (re)cortes perfeitamente traçados a ponto de não serem percebidos, ou, então, através de diálogos que pretendem dizer tudo o que não está sendo dito simplesmente porque existe a crença de poder estar tudo dizendo já que a linguagem está dominada pelo conhecimento - enaltece a crueza deste belíssimo filme de Tarkovski, que sem dúvida condiz com toda a sua obra no que diz respeito ao sentido artístico que a sétima arte pretende assumir. Por este filme somos tocados fatalmente em pontos caros ao nosso ser humano.

Fica aí mais uma dica de filme.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Filmes

Adicionamos mais 3 sugestões de filme na nossa lista:

- Persona, de Ingmar Bergman, 1966

- Através de um espelho, de Ingmar Bergman, 1961

- Biutiful, de Alejandro González Iñarritu, 2010

Junto com a as sugestões fica a provocação de que alguém comente ou inicie debate acerca de algum dos filmes listados, ou então de algum outro filme que tenha interesse de acrescentar na lista.